ADORAR O DEUS UNO E TRINO – O Catecismo de S. Pio X dizia que os cristãos adoram um só Deus em três Pessoas iguais e distintas Pai, Filho e Espírito Santo. O novo catecismo de João Paulo II, confirma que em Deus há uma única natureza em três pessoas. Durante muito tempo dizia-se que o Pai era o Criador, o Filho o Redentor e o Espírito Santo o Santificador. Ao reler-se, porém, a Palavra de Deus compreende-se que a criação depende das três Pessoas: o Pai revelado como Criador desde o primeiro capítulo do Génesis, o Filho que como diz S. João no prólogo do seu Evangelho “tudo foi feito por Ele e para Ele”, e o Espírito Santo que desde o princípio pairava sobre as águas, como diz o primeiro livro da Bíblia. Por outro lado, também a Redenção é operada por um Deus Uno e Trino: o Pai que por amor envia o seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo, o Filho que encarnou e se fez homem, morreu e ressuscitou para nos salvar, o Espírito Santo Paráclito que continuará a missão redentora de Cristo até ao fim dos tempos, como disse Jesus “Ele vos ensinará toda a verdade”. Também a ação santificadora é realizada pelas três pessoas da Trindade, bastando referir o que Jesus diz no Evangelho de João “se alguém me tem amor, meu Pai o amará, viremos a ele e faremos nele morada” (Jo 14, 23). É o Pai e o Filho que nos santificam pela força do Espírito que habita em nós e fica em nós para sempre. Paulo pode dizer “não sabeis que sois templo do Espírito Santo que habita em nós?” É a Trindade que intervém na criação, na redenção e na santificação de todos os homens.

As leituras da Festa da Santíssima Trindade falam-nos de Moisés que adorou Deus no alto do monte, do Filho de Deus que é enviado pelo Pai ao mundo para que o mundo seja salvo e do Espírito Santo que é fonte de amor e de unidade na comunidade dos crentes.

Moisés quis encontrar-se com o Senhor, um Deus clemente e compassivo, cheio de bondade. Falou a Deus do Povo que era rebelde, mas o Senhor, como verdadeiro Pai encontrou sempre motivos para perdoar. para um Pai que ama mantém-se sempre a esperança na conversão de um filho que erra. Isto aconteceu desde o princípio do Povo de Deus.

O Filho de Deus feito homem chamou-se Jesus, “aquele que vem para salvar”, e Jesus Cristo “aniquilou-se a si próprio, feito obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou e lhe deu um nome que está acoima de todo o nome” (Filp 2, 8).

Pela força do Espírito, todos os que aceitam a Pessoa de Jesus Cristo são convidados a amar-se mantendo os mesmos sentimentos, vivendo em paz e animando-se uns aos outros, trabalhando pela própria perfeição e mantendo a alegria (cf. 2 Cor 13, 11). O amor é a marca que o Espírito Santo deixa em cada um dos cristãos para serem fieis ao evangelho e realizarem em si o desígnio de Deus.

A ideia de um Deus Uno e Trino é anterior ao Cristianismo. Já Abraão recebera a visita de três jovens que lhe prometeram uma Aliança para sempre (cf Gen 18). Por outro lado, no Batismo de Jesus, o Espírito Santo desceu sobre ele e ouviu-se uma voz que dizia, este é o meu Filho muito amado. O mistério da Santíssima Trindade revela-nos a maravilha de um Deus que nos criou, que nos redime e que nos acompanha sempre.

Monsenhor Vítor Feytor Pinto
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«DEUS AMOU DE TAL MANEIRA O MUNDO

QUE LHE DEU O SEU FILHO ÚNICO» 

(Jo 3, 16)

I LEITURA – Ex 34, 4b-6.8-9

Deus manifesta-se a Moisés como um «Deus clemente e compassivo»

Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, Moisés levantou-se muito cedo e subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe ordenara, levando nas mãos as tábuas de pedra. O Senhor desceu na nuvem, ficou junto de Moisés, que invocou o nome do Senhor. O Senhor passou diante de Moisés e proclamou: «O Senhor, o Senhor é um Deus clemente e compassivo, sem pressa para Se indignar e cheio de misericórdia e fidelidade». Moisés caiu de joelhos e prostrou-se em adoração. Depois disse: «Se encontrei, Senhor, aceitação a vossos olhos, digne-Se o Senhor caminhar no meio de nós. É certo que se trata de um povo de dura cerviz, mas Vós perdoareis os nossos pecados e iniquidades e fareis de nós a vossa herança».
Palavra do Senhor.

SALMO – Dan 3, 52.53.54.55.56 (R. 52b)

Refrão: Digno é o Senhor de louvor e de glória para sempre. Repete-se

Ou: Louvor e glória ao Senhor para sempre. Repete-se

Bendito sejais, Senhor, Deus dos nossos pais:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito o vosso nome glorioso e santo:
digno de louvor e de glória para sempre. Refrão

Bendito sejais no templo santo da vossa glória:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no trono da vossa realeza:
digno de louvor e de glória para sempre. Refrão

Bendito sejais, Vós que sondais os abismos
e estais sentado sobre os Querubins:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no firmamento do céu:
digno de louvor e de glória para sempre. Refrão

II LEITURA – 2 Cor 13, 11-13

«Sede alegres, vivei em paz»

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Sede alegres, trabalhai pela vossa perfeição, animai-vos uns aos outros, tende os mesmos sentimentos, vivei em paz. E o Deus do amor e da paz estará convosco. Saudai-vos uns aos outros com o ósculo santo. Todos os santos vos saúdam. A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
Palavra do Senhor.

ALELUIA – cf. Ap 1, 8

Refrão: Aleluia. Repete-se

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,
ao Deus que é, que era e que há-de vir. Refrão

EVANGELHO – Jo 3, 16-18

O mistério da Santíssima Trindade é o mistério do amor de Deus pelos homens, a ponto de enviar ao mundo o seu Filho Único; e Jesus cumprindo integralmente o plano do Pai, entregou-se totalmente aos homens até à morte na Cruz, a fim de lhes oferecer a vida definitiva.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita n’Ele já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus».
Palavra da salvação.