1.  “Fazer anos” é sempre razão para fazer festa.  Juntam-se os familiares e os amigos, convidam-se as pessoas  mais  próximas  do  mundo  do  trabalho,  chamam-se  aqueles  a  quem  mais  se  está  ligado  pela gratidão. Entre os cristãos celebra-se a Eucaristia de acção de  raças, pede-se a Deus as bênçãos para o futuro e numa refeição trocam-se saudações e cantam-se hinos de alegria. É a primeira vez que o Padre Hugo Gonçalves celebra o seu aniversário, 39 anos, na nossa Comunidade Paroquial do Campo Grande. Não podemos deixar de estar com ele, para com ele, todos juntos fazermos festa. Pesquisando nos arquivos do Patriarcado de Lisboa, encontrou-se um texto que dá a conhecer a vida do nosso  pároco.  Transcreve-se  para  que  todos  possam  conhecer  o  Padre  Hugo  e  a  riqueza  da  sua personalidade e da sua experiência de vida:

“ O TEATRO COMO PALCO DE MISSÃO
Hugo Gonçalves, da paróquia de Famões nasceu numa família “sem muitas ligações à Igreja”. Em criança, foi  através  dos  amigos  com  quem  brincava  na  rua  que  soube  o  que  era  a  catequese,  que  começou  de imediato a frequentar no lugar do Casal da Silveira. A mudança de bairro, para junto da igreja paroquial, levou a um afastamento da Igreja. No tempo de faculdade, Hugo interessava -se pelo teatro, o que o levou a fundar um grupo de teatro com amigos. O regresso à Igreja dá-se precisamente através da cultura. “Por volta  de  1997-98, o  padre  Daniel  Batalha  chega  a  Famões  e o  meu  grupo  de teatro  é  convidado  a  ser parceiro  no  projecto  ‘Espaço  Jovem’,  de  acompanhamento  de  jovens  com  comportamentos  de  risco”. Começou depois a conhecer mais pessoas da Igreja. Uns amigos do  emprego convidam então o jovem Hugo a fazer um retiro com uma família ligada às irmãs  Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Aceitou  “entusiasmado” o convite, mas se saber o que esperar. Nunca sonhou ser padre, nem tal lhe “passou pela cabeça”,  mas  manteve-se  sempre  ligado  à  vida  da  paróquia.  Conheceu  seminaristas  que  realizavam trabalho pastoral em Famões, ao mesmo  tempo que as celebrações da Palavra, a meditação das leituras e a liturgia das horas o faziam “estremecer”. Conheceu o Pré-Seminário e desbloqueou a sua interrogação. Hugo dá interiormente a “resposta definitiva” num retiro em Caparide, após a pergunta do padre Ricardo ‘O que te pede mais amor?’. “O que me pedia mais amor era, sem dúvida, a Igreja! O trabalho passou para segundo  plano;  o  teatro  estava  também  em  segundo  ou  terceiro  plano…”.  Em  2003,  Famões  inicia  o projecto missionário ‘Tuala Kumoxi’ e é então que, no dia de Páscoa de 2004, Hugo anuncia à família que ia entrar no seminário. Após as resistências iniciais, a família do jovem H ugo é evangelizada pela vocação do próprio filho. E, hoje, também ela está empenhada na Igreja.” (Voz da Verdade)

E o que fez o Padre Hugo depois de sacerdote?

-Foi formador no Seminário de S. José de Caparide, preparando os jovens nos primeiros passos da vocação sacerdotal. Quantos acmpanhados por ele são já hoje padres ao serviço do Patriarcado!

-Realizou inúmeras missões pastorais com jovens universitários em África, na Missão Lisboa e na Missão País. Quantos jovens, rapazes e raparigas, descobriram com ele a beleza do Evangelho e a prática da vida cristã!

-Com  uma  sensibilidade  extraordinária  escreveu  poemas,  construiu  guiões  para  peças  de teatro e sobretudo fez a letra do musical “Partimos, Vamos, Somos” para a celebração da vida missionária que caracteriza o Patriarcado nos últimos 300 anos.

O  Padre  Hugo tem  agora  a  responsabilidade  de  uma  missão  diferente:  ser  Pároco  da  Comunidade Paroquial dos Santos Reis Magos ao Campo Grande. Desde 10 de Setembro está com a comunidade cristã  a acompanhar cada um, a criar iniciativas pastorais de grande mérito, a renovar a Igreja  para melhor responder aos novos tempos.

2.  No Dia dos Anos  é costume darem-se presentes. Pode ser um livro, um bom Porto Velho,  alguma coisa  que  se  adivinhou  ser  precisa,  e  tantas  outras  lembranças  que  representam  uma  amizade verdadeira. A comunidade cristã da nossa Paróquia do Campo Grande tem no entanto presentes muito especiais que são devidos ao nosso prior. Será assim que se ajuda a viver com alegria. O que vamos dar?

-Uma profunda comunhão no amor. A vida da Igreja é comunhão, o elo dessa comunhão é o amor, o amor tem como lema fazer os outros felizes. Que todos possamos viver com o nosso Pároco  em  profunda  comunhão  e o  amor  verdadeiro  irá  pairar  todos os  dias  na  ossa  vida comum.

-A colaboração na acção pastoral  é um presente indispensável. Ninguém faz nada sozinho. Por isso mesmo o nosso Pároco precisa da colaboração de todos. Segundo o carisma próprio de cada um, temos a responsabilidade de ajudar o Prior  em todas as iniciativas pastorais. Sem esta ajuda a comunidade não poderia crescer.

-A alegria sempre é o melhor presente que podemos dar ao nosso Padre  Hugo. Só na alegria pascal é possível ultrapassar as dificuldades, vencer os obstáculos e cultivar a felicidade que procuramos.

-Mas, sobretudo, o grande suporte fundamental  para a vida que é  a oração quotidiana. Que possamos rezar todos os dias  pelo acerdote que a Igreja nos deu para guiar os caminhos da nossa Paróquia.

A Paróquia dos Santos Reis lembra  os  presentes  que foram levados ao Menino. Os nossos presentes são diferentes mas têm que ter a mesma verdade, uma vez que só assim a comunidade cristã cresce e chega mais longe na sua acção evangelizadora.

3.  O aniversário é também tempo de acção de graças. A  Deus temos o dever de agradecer a vida, a fé cristã, a pertença a uma comunidade, os meios que o Senhor nos dá para sermos santos. Para além de tudo isso, três agradecimentos que hoje se tornam indispensáveis:

-Agradecer ao Senhor Patriarca  ter-nos concedido o Padre Hugo como nosso  Pároco nesta Igreja do Campo Grande.

-Agradecermos o sacerdócio do Padre Hugo  que nos permite crescer no ministério da Palavra, na beleza da Liturgia e na solidariedade da Acção Social.

-Agradecer finalmente ao Padre Hugo, para além de todo o seu saber, a sua palavra amiga, a sua presença assertiva, o seu sorriso constante.

Dias de acção de graças são certamente o 28 de Junho que o viu nascer, mas também o 2 de Julho em que foi feito sacerdote e o dia 10 de Setembro em que entrou para a nossa Paróquia.

4.  Não se pode terminar  sem ler um dos poemas mais belos,  Amor Serei,  que o Padre Hugo escreveu para os Pequenos Cantores da Diocese de Lisboa:

“Há uma terra que é preciso salgar / um mundo inteiro para iluminar / uma palavra que há que gritar / Deus é Amor! Ele só pode amar!  / Sei que meus medos eu hei-de vencer  / e que montanhas terei de mover, / para mostrar ao homem todo o valor , / dado por Cristo: a força do amor.”

Parabéns Padre Hugo.

P. Vítor Feytor Pinto