- Os últimos Papas têm repetido, sistematicamente, que não basta ao cristão amar a Jesus Cristo: é essencial amar também a Igreja. É que a Igreja é a continuadora da presença de Cristo no Mundo, não há Cristo sem a Igreja de que Ele é a cabeça. Este amor à Igreja manifesta-se na vida comunitária que se experimenta na comunidade de referência que é a Paróquia, a casa comum dos cristãos que vivem num determinado lugar. A vida comunitária da Igreja começa na sua fundação e vem-se desenvolvendo até aos nossos dias.
. Jesus Cristo fundou uma comunidade, chamando 12 apóstolos, 72 discípulos, 500 irmãos, e, depois do Pentecostes, pela força do Espírito Santo, uma comunidade que foi crescendo sempre mais.
. A comunidade de Jerusalém procurou viver a unidade plena. Esta comunidade não era só de natureza espiritual, porque os seus membros partilhavam mesmo todos os bens.
. Os apóstolos fundaram comunidades em todas as cidades por onde passavam. Paulo, no seu peregrinar pelo mundo então conhecido, foi deixando comunidades cristãs em Antioquia, Corinto, Éfeso, Tessalónica e tantos outros lugares.
. O mesmo fizeram Pedro e João, sobretudo à volta de Jerusalém e na Ásia Menor. A Igreja ia crescendo nestas pequenas comunidades criadas pelos apóstolos.
A certa altura do crescimento da Igreja, os cristãos reuniam-se na casa dos outros mais comprometidos. Foi assim que nasceram as paróquias, do grego para-oikia, que quer dizer: as muitas pessoas que se reuniam à volta da casa maior. A comunidade paroquial tornou-se, num lugar determinado, a expressão de uma grande família cristã.
2. Hoje, no dizer do Papa Francisco, a paróquia é uma família de famílias. Ao afirmá-lo, o Papa não se refere a todas as famílias que vivem no território paroquial. Refere-se, sobretudo, às várias famílias de natureza espiritual que se congregam na comunidade, encontrando nela o apoio da Palavra de Deus, da liturgia e da organização da caridade. Quais as famílias que integram esta grande família que é a nossa paróquia? Podem referir-se algumas, nas quais se integram muitas outras.
. A equipa sacerdotal é uma pequena família constituída por todos os padres que servem a comunidade, em todos os seus ministérios.
. A fraternidade Verbum Dei é uma família de que fazem parte quatro religiosas cuja missão consiste em acompanhar os grupos de jovens fraternos e, também, orientar as equipas de jovens e adultos que se reúnem na Casa da Palavra para momentos de reflexão e de oração.
. O departamento da catequese e iniciação cristã integra as catequistas de infância com o seu grupo coordenador, e a catequese de adultos com muitas pessoas que querem receber o Baptismo ou aprofundar a sua fé.
. O grupo de profissionais e voluntários do Centro Social é uma família sempre preocupada com os mais pobres e os que mais sofrem. Crianças, adolescentes, idosos e famílias com necessidade de apoio quer material, quer social e espiritual, vêm ao Centro Social buscar respostas para as diversas situações da sua vida difícil.
. O Secretariado da Liturgia é uma família que congrega todos os que animam as oito Eucaristias Dominicais e preparam as Festas de Natal, da Páscoa, do Pentecostes e muitos outros momentos de convívio espiritual.
. A equipa dos Auxiliares, que garantem o bem estar de quantos trabalham na Paróquia ou por ela passam, tem uma extraordinária importância. Basta lembrar quanto é necessária a beleza da igreja e a arrumação constante dos espaços da comunidade. Esta é também uma família em serviço para todos.
Uma paróquia tem toda esta organização relacional. Todos estão perto uns dos outros, se dispõem a colaborar entre si, partilhar as alegrias e os sofrimentos, todos se sentem bem no trabalho comum e crescem espiritualmente a partir da certeza de que “somos um só, como Jesus e o Pai são um só” (cf Jo 17, 22).
3, A comunidade sacerdotal que está ao serviço na Paróquia dos Santos Reis Magos ao Campo Grande merece uma referência especial. Finalmente, a equipa sacerdotal está completa. Para além do Pároco que tem a missão de coordenar toda a actividade da comunidade cristã, fazem parte desta equipa mais quatro sacerdotes:
. O Padre António Alves é o vigário paroquial. Está aqui há mais de 42 anos. Conhece toda a gente, está sempre disponível e tem o encargo de tarefas bem difíceis: o cartório, a administração económica e a pastoral de apoio às famílias em luto.
. O Padre Duarte Cunha acaba de ser nomeado colaborador, na nossa paróquia, pelo Senhor Patriarca. Embora com trabalhos ainda na Suíça, na Comissão das Conferências Episcopais Europeias, fica desde já envolvido no apoio à pastoral familiar, além da acção que lhe é muito querida, nas ligações à Universidade Católica.
. O Padre João Laurindo da Cruz, sacerdote da Diocese de Lubango, em Angola, estuda no ISCTE administração escolar. Tem, na paróquia, o acompanhamento da equipa litúrgica, com o Prior, como conselheiro espiritual.
. O Padre Francisco Macedo e Macedo é sacerdote da Diocese de Luena, em Angola, e está a fazer o Mestrado de Filosofia na Universidade Católica. Fica a apoiar o Prior na estruturação da catequese e da formação cristã.
A actividade coordenada destes cinco sacerdotes é a garantia do trabalho pastoral exigido pela comunidade cristã e a que se responde com a maior generosidade. Todos estes cinco sacerdotes estão sempre disponíveis para acolher pessoas, escutar e compreender os seus problemas, os orientar para os serviços competentes da paróquia e a todos dar a paz e a alegria de Jesus Ressuscitado.
4. No espírito da Constituição Sinodal de Lisboa, há sete opções pastorais a desenvolver pelos serviços das comunidades cristãs. É claro que todos são muito importantes. A missão, a iniciação cristã, a família e as vocações são da responsabilidade de todos os serviços. Há, porém, três opções que animam a paróquia, enquanto tal, e a fazem crescer: a santidade, a comunidade e a sinodalidade:
. A santidade para que todos sejam santos, como Deus é santo.
. A comunidade como lugar em que todos são felizes porque têm um coração pobre e que constrói a paz.
. A sinodalidade, isto é, a constante relação fraterna para a entreajuda na acção evangelizadora a realizar.
O grande desejo é o de que esta nossa paróquia seja uma grande família ao encontro de Jesus Ressuscitado.
Pe. Vítor Feytor Pinto – Prior