Queridos amigos, é importante saber que podemos sempre chegar mais longe.
1. Uma comunidade cristã, normalmente, vive em crescimento constante através dos ministérios da Palavra e da Caridade. Os cristãos aprofundam a fé no conhecimento da Pessoa de Jesus Cristo e, simultaneamente, vão ao encontro de todos os outros para lhes dar a alegria e a paz. Pelo ministério da Liturgia, os cristãos encontram-se em cada domingo para, na Eucaristia, afirmarem a unidade, se enriquecerem no amor fraterno, celebrarem a alegria pascal e viverem a memória da paixão, morte e ressurreição de Cristo (cf. SC 47). É muito belo ter uma comunidade em que todos se sentem irmãos e se ajudam a ser felizes.
2. Tem sido assim na Comunidade Paroquial dos Santos Reis Magos, ao Campo Grande. Todo o crescimento, porém, se faz por etapas, com ciclos diferentes que são um enriquecimento para a comunidade cristã. Depois da grande transformação social e política, com o 25 de Abril, a Paróquia do Campo Grande teve um primeiro ciclo de renovação profunda. Foi com o Padre Armindo Duarte, ajudado pelos padres António Alves e João Resina. Durante 20 anos, entre 1975 e 1997, a comunidade foise estruturando, para poder responder à fé dos cristãos aqui residentes e de tantos outros que procuravam a Paróquia dos Santos Reis Magos, pela dinâmica pastoral aqui realizada. Simultaneamente, construíram-se os edifícios que fizeram da comunidade um lugar de acolhimento e serviço. Em 1997 iniciou-se um ciclo novo. O Senhor D. António Ribeiro pediu-me para assumir a responsabilidade da Paróquia do Campo Grande, onde aliás já celebrava, em cada domingo, a missa das sete da tarde. Por ser originário da Diocese da Guarda, fui nomeado administrador paroquial desta grande comunidade. Continuar a obra do Padre Armindo foi para mim um grande desafio. Fiquei tranquilo porque o Padre António e o Padre João continuaram a trabalhar comigo. É que eu sentia-me incapaz de sozinho levar a cabo a missão que me fora confiada. Renovaram-se as estruturas, reorganizaram-se os departamentos da Paróquia, deu-se uma extraordinária importância à proclamação da Palavra, desenvolveu-se com eficácia a acção social, apoiaram-se os grupos de jovens, acolheram-se todas as pessoas que nos procuravam, ficou-se ao serviço de todos sem excepção, com a eficácia possível, sem dizer não a ninguém. Este ciclo da Paróquia do Campo Grande constituiu para mim um tempo privilegiado de graça. A missão de um sacerdote só se realiza plenamente numa comunidade cristã onde exerce o tríplice ministério da Profecia, da Liturgia e da Caridade. A equipa sacerdotal foi de uma comunhão eclesial profunda e a participação dos fiéis na vida da comunidade, tem sido intensa. O encontro de pessoas que nos procuraram foi gratificante. Posso dizer como Bernanos no livro O diário de um pároco de aldeia: “tudo é graça”. Abre-se agora um novo ciclo pastoral. O Senhor Patriarca acaba de nomear o Padre Hugo Gonçalves como novo pároco da comunidade do Campo Grande. É um jovem sacerdote, com apenas seis anos de ministério, mas com uma vida intensa de amor à Igreja e de preocupação evangelizadora. Vem dos seminários do Patriarcado em que foi Prefeito dos Estudos. Tem uma experiência extraordinária no trabalho com os jovens, uma pastoral de esperança. Acompanha os mais novos em campos de férias e na Missão País. Tem uma vida espiritual intensa e um grande sentido de serviço e com ele abre-se uma nova etapa na vida da nossa Comunidade Paroquial. É tempo de continuar a actividade pastoral realizada até aqui, seguindo os valores do Evangelho, os grandes desafios inovadores do Papa Francisco e o programa pastoral do Patriarcado de Lisboa contido na Constituição Sinodal. Pessoalmente, sinto uma grande alegria ao ver a Paróquia entregue em mãos sacerdotais de tanto carisma. Congratulo-me com a decisão do Senhor Patriarca e espero poder contribuir também para dar continuidade à vida da nossa Comunidade. Estarei aqui, servindo com a maior simplicidade, acolhendo as orientações do novo pároco e vivendo na mais profunda comunhão sacerdotal e eclesial. Estou ligado a toda a gente e continuarei colaborando com a vida da paróquia, até porque sou paroquiano residente.
3. Este domingo, 10 de Setembro de 2017, é um dia de acção de graças, não só pelo caminho percorrido, mas pelo novo pároco a quem o Senhor Patriarca confia esta nossa paróquia:
“Bem-vindo sejas, Padre Hugo Gonçalves. O Senhor te abençoe nesta missão que hoje assumes, esteja contigo nas dificuldades e nas realizações pastorais, te dê a capacidade de discernimento para decisões evangélicas e te dê a alegria que certamente, ao longo dos tempos, vai crescer no teu coração. Querido Padre Hugo, aceita a colaboração que eu puder dar, com a certeza de que me reservo o papel de servidor para que tu chegues sempre mais longe nesta nova missão”.
A todos os paroquianos quero agradecer o terem-me acompanhado ao longo destes últimos 20 anos. A partir de agora, o Padre Hugo Gonçalves está connosco para todos amar e todos servir.
Pe. Vítor Feytor Pinto