1. Com o domingo que se celebra a 16 de Julho, toda a actividade pastoral da paróquia tem uma paragem. Retomar-se-ão as actividades no meio de Setembro, após um tempo de descanso. Poderá perguntar-se, como são as nossas férias. É claro que há muitas formas de programar estes dias de tranquilidade reparadora. 

. O tempo de praia é, sem dúvida, o melhor para se descansar. Levantar-se mais tarde, correr pela areia, saltitar pelas rochas, molhar os pés ou cortar as ondas com mergulhos cheios de energia, tudo constitui um ambiente que a família quer criar para a felicidade das crianças e dos adolescentes. 

. Uns dias no campo é o melhor para os jovens universitários e para aqueles que gostem de ler, de conversar, de participar em concertos de bandas de rock, ou simplesmente com serões infindáveis em que a conversa não se esgota e a alegria dá sentido à vida. 

. Caminhando pelos carreiros da montanha encontra-se um contacto maravilhoso com a natureza. Subir os montes cobertos de árvores, sentir a água correr pelos riachos, contemplar as aves e os animais da terra com os seus sons característicos, tudo isto é fonte de um prazer maravilhoso que torna felizes os que escolhem fazer férias no meio dos montes. 

.  Ser andarilho, caminhando de terra em terra, para conhecer o património de Portugal, os seus monumentos, as suas tradições, as suas histórias. Há pessoas que aproveitam as férias para escrever os seus “diários de bordo”. Voltando, anos depois, a esses textos “escritos com tinta”, recordam-se tempos de uma invulgar beleza, em que as emoções dos lugares se cruzam com o encanto das pessoas que passam a fazer parte das nossas vidas. 

. Fazer um passeio pela Europa, ou por outras regiões do mundo, é uma forma mais requintada de fazer férias. Pode ser uma peregrinação a lugares sagrados, pode ser um estudo de história por zonas desconhecidas, pode ser simplesmente o saborear a vida de outras regiões, mas é sempre um tempo caracterizado pela novidade, pela riqueza e o belo que cada região contém.

Cada um pode inventar a sua maneira de ter férias. O importante também é que sejam dias de encontro, com uma liberdade indispensável para vencer rotinas e redescobrir tudo o que de maravilhoso, em tempo de férias, pode ser vivido.

2. Durante estes dias, na Assembleia da República, foi debatido o Estado da Nação. É uma espécie de avaliação do que foi feito em Portugal durante o ano de 2017. Era interessante que na comunidade cristã do Campo Grande houvesse um debate sobre o estado da paróquia sobre o que se viveu nos últimos 20 anos e o que se espera para o futuro, sobretudo na área da evangelização e da socio-caridade. Estes são dois campos em que se conhece bem as marcas de uma comunidade paroquial: o profetismo e a socio-caridade. Seria interessante um debate aberto sobre a qualidade da Palavra, na catequese, na liturgia e, depois, a prioridade na atenção para com os mais pobres. 

. Que lugar teve a Palavra de Deus na nossa comunidade paroquial nos últimos anos? É que a catequese deverá estar sempre centrada na Palavra de Deus. A liturgia deverá ter a proclamação da Palavra e o seu comentário com uma linguagem acessível, para que todos a escutem e a ponham em prática. 

.  Qual a dimensão da caridade no nosso trabalho social? Há inúmeros pobres que nos procuram, quer através do Centro Social, quer no atendimento da paróquia, quer mesmo nas ruas da proximidade. O que se faz e como se faz o acolhimento dos carenciados? 

. Afinal, quais as diferenças que se notam na vida da Paróquia, quando ela quer ir ao encontro do mundo para lhe levar a mensagem do Evangelho? Como se tem vivido o espírito de Francisco, o Papa  que há 4 anos nos veio de longe? É uma paróquia próxima de todos, é uma paróquia que vai ao encontro de todos, é uma paróquia que responde aos desafios do mundo? Avaliar o crescimento dos últimos anos constitui uma forma de abrir caminhos novos que revelam a verdadeira evangelização.

É claro que não é fácil fazer uma sessão pública para o debate sobre o estado da paróquia, mas cada cristão, não apenas os responsáveis dos organismos, podem enviar mensagens, críticas ou de apoio, à maneira como se vive aqui a fé e a caridade. O e-mail da paróquia é este: geral@igrejacampogrande.pt. Enviem-nos as vossas opiniões.

3. Ao partir para férias podemos sentir-nos participantes na renovação que a nossa comunidade cristã nos pede. Vivemos um ano em que tivemos semanalmente o encontro de domingo, em que trouxemos à comunidade os problemas mais complexos que passaram pelas nossas vidas, em que pela oração forçámos o céu para aliviar o sofrimento de muita gente. Também nos congratulámos com a catequese das nossas crianças, com a formação intensiva dos jovens fraternos, com a participação nos diversos movimentos que a comunidade oferece. Partir para férias não pode ser esquecermo-nos de Deus. Que cada um saiba dar a Deus o seu lugar próprio durante este tempo de descanso. 

. A importância da oração: reservar algum tempo para reconhecer a beleza de Deus, das pessoas, das coisas e dos acontecimentos é um imperativo de oração para o cristão. A Deus falamos quando rezamos e a Deus escutamos quando lemos a sua Palavra. Dar tempo à Palavra de Deus é uma exigência na vida cristã. 

. O diálogo social: neste momento há o hábito de conversar sobre coisas religiosas, sobre o Papa Francisco, sobre o parecer da Igreja nas questões éticas, sobre a vida das nossas comunidades cristãs. De repente, uma aparente conversa social pode transformar-se num importante tempo de evangelização. É a oportunidade de falar de Jesus Cristo, Redentor e Salvador. 

. Acompanhar os pequeninos: as férias são tempo privilegiado para estar mais próximo dos filhos e dos netos. Por muita distribuição de tarefas que possa haver, não se deve esquecer o amor vivo que na família deve ser cultivado. Em férias as pessoas têm tempo umas para as outras. Ninguém pode estar sozinho. 

. Exercer a caridade: é um privilégio poder ter férias. Há grande número de pessoas que não pode sair de sua casa para demandar outros lugares. Necessariamente tem de inventar-se o amor, trazendo para casa durante um ou dois dias uma pessoa que vive sozinha, repartindo alguns bens por pessoas em extrema dificuldade, utilizando o telefone para manter contactos e, até, oferecer férias a uma criança, ou a um sénior que sem a nossa ajuda teria um Verão mais difícil.

Se cada um valorizar as suas férias com o espírito cristão, no regresso à comunidade paroquial terá oportunidade de partilhar momentos de extraordinária beleza.

4. A todos desejo as melhores férias, com os votos amigos de que, ao chegar a Lisboa no novo ano pastoral aceitem as normais surpresas da nossa comunidade.

Pe. Vítor Feytor Pinto - Prior