1. Naquela manhã de Domingo, as mulheres que vinham ao Sepulcro ungir Jesus com bálsamo, como era tradição, encontraram o túmulo vazio. Maria Madalena correu a Pedro para dizer-lhe que Jesus ressuscitara.

. O diálogo de Jesus com Madalena foi enternecedor. Ela julga que roubaram o Senhor e pergunta àquele homem, que pensa ser o jardineiro, onde O pusera. Jesus revela-se ao dizer “Maria” e recebe uma resposta simples: “Rabbuni”.

. Pedro e João correram ao Sepulcro e encontraram tudo como Maria lhes dissera. O sudário estava enrolado à parte. As ligaduras, que envolviam o corpo de Jesus, estavam dobradas sobre a pedra tumular.

. Depois, no cenáculo, os discípulos conversavam com Pedro sobre o Sepulcro vazio, quando Jesus entrou e lhes repetiu, por várias vezes, “A paz esteja convosco”. Mostrou-lhes as mãos e o lado, disse-lhes que recebiam o Espírito Santo e deu-lhes o poder de perdoarem os pecados.

. Fez caminho com dois discípulos até Emaús. Sentou-se à mesa com eles, depois de lhe pedirem para que ficasse lá em casa, porque estava a anoitecer. Partiu o pão e eles, finalmente, reconheceram-n’O.

. Dias depois, encontrou alguns a pescar no Lago de Tiberíades. Entre eles, estavam Pedro e João. Quando reconheceram o Senhor, comeram com Ele na praia os pães e os peixes que Jesus preparara.

. Jesus, quarenta dias depois, despediu-se deles num monte da Galileia, pedindo-lhes para “irem por todo o mundo anunciar o Evangelho a toda a criatura, baptizando em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo”.

No Sepulcro vazio, nas onze aparições aos discípulos, nas diversas mensagens deixadas por Jesus, os cristãos sabem que Ele ressuscitou dos mortos, está vivo e ficou connosco para sempre.

2. Na Páscoa do Senhor, celebra-se a Ressurreição. Ela constitui o fundamento da nossa fé. No primeiro século do cristianismo, havia comunidades acabadas de fundar e que tinham dúvidas sobre a Ressurreição de Cristo. Os Coríntios, por exemplo, não acreditavam na imortalidade e, por isso, não acreditavam na ressurreição. Paulo escreveu-lhes e, com uma frontalidade extraordinária, disse-lhes: “Se não há ressurreição, Cristo não ressuscitou e, então, a nossa fé é vã, a nossa pregação não tem sentido e nós somos os mais infelizes dos homens”. Mas Cristo ressuscitou e nós ressuscitamos com Cristo, para a felicidade plena.

. Para o cristão, basta acreditar na ressurreição de Cristo, tudo o mais é consequência por saber que Jesus está vivo. De facto, se Cristo ressuscitou, Ele venceu a morte e vai ajudar-nos a vencer todas as situações de morte com que nos cruzamos na vida.

. A ressurreição é uma passagem da morte à vida. Por isso, movidos pela ressurreição, os cristãos procuram vencer todas as mortes: materiais, sociais, culturais, espirituais, ou de outra natureza, construindo a partir daí a sua vida, resolvendo os problemas sociais dos pobres, valorizando à sua volta todas as coisas e renovando-se espiritualmente, sempre.

. A ressurreição vive-se no amor e na alegria. Por isso, os cristãos têm como seu paradigma o amor e como maneira de estar, a alegria. Vencer todas as situações de pobreza, tristeza ou sofrimento é uma forma de ressurreição.

. A ressurreição convida a estar sempre em comunhão com os outros. Os vivos comunicam entre si, para darem a felicidade a quem quer que se cruze no seu caminho.

Celebrarmos a Páscoa é celebrarmos a vida. Que as sete semanas da Páscoa, que agora se iniciam, sejam marcadas pela ressurreição espiritual, pelo amor fraterno e pela atenção a todos os que precisam de especial afecto.

3. Um voto muito amigo: Santa Páscoa da Ressurreição do Senhor para toda a Comunidade Paroquial do Campo Grande.

Pe. Vítor Feytor Pinto- Prior