CHAMADOS PARA O BANQUETE – A refeição faz parte dos rituais sociais. Quando se quer fazer uma festa, um aniversário, um casamento, um baptizado serve-se sempre uma refeição que pode ser um jantar, um lanche ou um simples cocktail. É claro que o importante na refeição não está no que se come, mas na amizade que se partilha. É por isso que não se convidam pessoas com quem haja dificuldades nas relações humanas. A liturgia de hoje gira toda à volta do banquete, expressão da relação do homem com Deus. É o rei que prepara um banquete para o filho e convida os mais íntimos, é Isaías que fala de um banquete preparado por Deus para todos os que viverão com Ele na eternidade e é, até, Paulo que confia em Deus para nada lhe faltar enquanto anuncia a Boa Nova do Evangelho.
É muito bonita esta dinâmica do banquete. Significa a comunhão com Deus e com todos os irmãos. Exige convites a que se deve corresponder com generosidade, supõe uma preparação significada na ideia da veste nupcial. Afirma, porém, sempre a liberdade, porque qualquer pode recusar o convite que lhe é feito. Às vezes a recusa tem razões que podem justificá-la, outras vezes utilizam-se apenas pretextos para recusar o convívio de amizade que a refeição supõe. Há uma diferença profunda entre um banquete promovido nas circunstâncias humanas e o grande banquete para o qual o Senhor a todos quer chamar.
Na página do Evangelho há quem recuse o convite, mas o rei acaba por convidar a todos os que “estão pelos caminhos”, seja qual for a sua circunstância. É a vocação universal, à comunhão com Deus, por Cristo, “o Filho do Rei”.
Há uma circunstância, no entanto, é que todos os chamados, quem quer que sejam têm que ter a veste nupcial, isto é, têm que ter o coração purificado.
No contexto da Liturgia está-se perante três banquetes: o banquete profético de Isaías que tem o selo da vitória sobre a morte; o banquete oferecido pelo rei, que também profeticamente revela a comunhão com Cristo na comunidade cristã, e o banquete eucarístico que é um suporte em todas as situações da vida. Talvez por isso, Paulo aos Filipenses tenha dito: “Tudo posso n’Aquele que me dá força”. A Eucaristia é o melhor alimento que o Senhor nos pode dar.
Monsenhor Vitor Feytor Pinto
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LITURGIA DA PALAVRA:
“OS CONVIDADOS NÃO QUISERAM VIR….
O REI DISSE ENTÃO AOS SERVOS:
IDE ÀS ENCRUZILHADAS DOS CAMINHOS
E CONVIDAI PARA AS BODAS TODOS OS QUE ENCONTRARDES.”
(Mt 22, 7-9)
I LEITURA – Is 25, 6-10a
«O Senhor do Universo há-de preparar um banquete e enxugará as lágrimas de todas as faces»
Leitura do Livro de Isaías
Sobre este monte, o Senhor do Universo há-de preparar para todos os povos um banquete de manjares suculentos, um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa gordura, vinhos puríssimos. Sobre este monte, há-de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano que envolvia todas as nações; destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o opróbrio que pesa sobre o seu povo. Porque o Senhor falou. Dir-se-á naquele dia: «Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a salvação; é o Senhor, em quem pusemos a nossa confiança. Alegremo-nos e rejubilemos, porque nos salvou. A mão do Senhor pousará sobre este monte».
Palavra do Senhor.
SALMO – 22 (23), 1-3a.3b-4.5.6 (R. 6cd)
Refrão: Habitarei para sempre na casa do Senhor. Repete-se
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. Refrão
Ele me guia por sendas direitas
por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança. Refrão
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda. Refrão
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. Refrão
II LEITURA – Filip 4, 12-14.19-20
S. Paulo recebe na prisão ajuda económica dos cristãos de Filipos. Na resposta ao mesmo tempo que agradece a oferta, afirma que em Cristo encontra toda a sua força.
Leitura da Epístola do Apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Sei viver na pobreza e sei viver na abundância. Em todo o tempo e em todas as circunstâncias, tenho aprendido a ter fartura e a passar fome, a viver desafogadamente e a padecer necessidade. Tudo posso n’Aquele que me conforta. No entanto, fizestes bem em tomar parte na minha aflição. O meu Deus proverá com abundância a todas as vossas necessidades, segundo a sua riqueza e magnificência, em Cristo Jesus. Glória a Deus, nosso Pai, pelos séculos dos séculos. Amen.
Palavra do Senhor.
ALELUIA – cf. Ef 1, 17-18
Refrão: Aleluia. Repete-se
Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo
ilumine os olhos do nosso coração,
para sabermos a que esperança fomos chamados. Refrão
EVANGELHO – Forma longa – Mt 22, 1-14
O Reino de Deus é semelhante a um banquete de festa. Havia os convidados naturais, os familiares do Rei – os judeus; eles não quiseram vir; e o Rei mandou chamar todos os homens, ricos e pobres, maus e bons, para o encontro na alegria.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e os cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».
Palavra da salvação.
EVANGELHO – Forma breve – Mt 22, 1-10
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e os cevados foram abatidos, tudo está pronto: Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados».
Palavra da salvação.