2025 – UM ANO JUBILAR

«Spes non confundit – a esperança não engana» (Rm 5, 5). Sob o sinal da esperança, o apóstolo Paulo infunde coragem à comunidade cristã de Roma. A esperança é também a mensagem central do próximo Jubileu, que, segundo uma antiga tradição, o Papa proclama de vinte e cinco em vinte e cinco anos. Penso em todos os peregrinos de esperança, que chegarão a Roma para viver o Ano Santo e em quantos, não podendo vir à Cidade dos apóstolos Pedro e Paulo, vão celebrá-lo nas Igrejas particulares. Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, «porta» de salvação (cf. Jo 10, 7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a «nossa esperança» (1 Tm 1, 1).

Começa assim a BULA com que o Papa Francisco, que convoca todos os católicos para o ano Jubilar de 2025!

Existe já um site – https://www.iubilaeum2025.va/pt.html e uma APP – IUBILAEUM25 – com toda a informação disponível.

Saiba mais sobre o LOGOTIPO criado para o Jubileu.

Conheça a ORAÇÃO oficial do Jubileu e o HINO.

Até ao início do Ano Santo, em 24 de Dezembro de 2024, o Santo Padre desafia-nos a preparar esse tempo de graça em oração.

O Jubileu será vivido em Roma mas também cada Diocese e em cada paróquia.

Pode conhecer aqui o CALENDÁRIO de eventos em Roma.

Algumas datas importantes para os eventos previstos para a nossa Diocese de Lisboa:

» 29 Dezembro 2024 – Abertura do ano jubilar – Sé Patriarcal
» 5 Janeiro – Abertura dos santuários jubilares
» 7 e 8 Janeiro – Assembleia jubilar dos Presbíteros (Fátima)
» 2 Fevereiro – Jubileu da vida consagrada
» 21 e 22 Março – Jubileu da caridade
» 23 Abril – Jubileu da cultura e comunicação
» 31 Maio – Dia jubilar diocesano
» Junho – Encontro inter religioso jubilar

O que é o Jubileu?

“Jubileu” é o nome de um ano particular: parece derivar do instrumento que se usava para indicar o seu início; trata-se do yobel, o chifre do carneiro, cujo som anuncia o Dia da Expiação (Yom Kippur). Esta festa recorre a cada ano, mas assume um significado especial quando coincide com o início do ano jubilar. Encontramos uma primeira ideia disto na Bíblia: o ano jubilar tinha que ser convocada a cada 50 anos, já que era o ano “extra”, a mais, que se vivia cada sete semanas de anos (cf. Lv 25,8-13). Ainda que fosse difícil de realizar, foi proposto como ocasião para restabelecer uma correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.

Citando o profeta Isaías, o evangelho segundo Lucas descreve desta forma também a missão de Jesus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19; cf. Is 61,1-2). Estas palavras de Jesus tornaram-se também ações de libertação e de conversão no quotidiano dos seus encontros e das suas relações.

Bonifácio VIII em 1300 proclamou o primeiro Jubileu, também chamado de “Ano Santo”, porque é um tempo no qual se experimenta que a santidade de Deus nos transforma. A sua frequência mudou ao longo do tempo: no início era a cada 100 anos; passou para 50 anos em 1343 com Clemente VI e para 25 em 1470 com Paulo II. Também há jubileus “extraordinários”: por exemplo, em 1933 Pio XI quis recordar o aniversário da Redenção e em 2015 o Papa Francisco proclamou o Ano da Misericórdia. A forma de celebrar estes anos também foi diferente: na sua origem, fazia-se a visita às Basílicas romanas de São Pedro e São Paulo, portanto uma peregrinação, mais tarde foram-se acrescentando outros sinais, como a Porta Santa. Ao participar no Ano Santo, vive-se a indulgência plenária.

Sinais do Jubileu

Porta Santa
A Porta Santa de São Pedro é aberta pelo Papa apenas por ocasião do Jubileu. Geralmente é a primeira porta a ser aberta e este gesto identifica o início do Ano Santo. A primeira notícia deste rito para a Basílica de São Pedro data de 1500, realizado pelo Papa Alexandre VI. Atualmente, a parede que sela a porta é desmontada nos dias anteriores à sua abertura. Durante este momento, retira-se da parede uma caixa que tinha ficado emparedada desde o último Ano Santo. Nessa caixa encontra-se a chave que permite abrir a porta. O Papa empurra as portas de forma simbólica. A partir daquele momento, a Porta permanece sempre aberta para a passagem dos peregrinos. Com este gesto, não só quem chega a Roma vive em modo pleno a indulgência ligada ao Ano Santo, mas o próprio rito de atravessar a Porta significa que o caminho de conversão de cada um chegou ao encontro com Cristo, a “Porta” que nos une ao Pai. A Porta está sempre aberta para quem se converte.

Peregrinação
O Jubileu pede-nos para partirmos numa jornada e superar certos limites. Quando nos movemos, na verdade, não só mudamos de lugar, mas transformamo-nos. Para isso, é importante preparar, planear a rota e conhecer o destino. Nesse sentido, a peregrinação que caracteriza este ano começa antes da própria viagem: o seu ponto de partida é a decisão de o fazer.
Peregrinações propostas – Porta Santa, Basílicas Papais em Roma, 7 igrejas em Roma, Mulheres Padroeiras da Europa e Doutoras da Igreja.

Reconciliação
O Jubileu é um sinal de reconciliação, pois abre um “tempo favorável” (cf. 2 Cor 6:2) para a própria conversão. Coloca-se Deus no centro de sua existência, movendo-se em direção a Ele e reconhecendo Sua primazia. Até mesmo a referência à restauração da justiça social e do respeito pela terra, na Bíblia, surge de uma exigência teológica: se Deus é o criador do universo, ele deve ter prioridade sobre todas as realidades e com respeito aos interesses partidários. É ele quem torna este ano santo, dando sua própria santidade.

Oração
Há muitas maneiras e muitas razões para orar; na base há sempre o desejo de se abrir à presença de Deus e à sua oferenda de amor. A comunidade cristã se sente chamada e sabe que só pode recorrer ao Pai porque recebeu o Espírito do Filho. E é, de fato, Jesus que confiou aos seus discípulos a oração do Pai Nosso, também comentada pelo Catecismo da Igreja Católica (cf. CCC 2759-2865). A tradição cristã oferece outros textos, como a Ave Maria, que ajudam a encontrar as palavras para se dirigir a Deus: “É através de uma transmissão viva, tradição, que, na Igreja, o Espírito Santo ensina os filhos de Deus a orar” (CCC 2661).
Os momentos de oração feitos durante a viagem mostram que o peregrino tem os caminhos de Deus “em seu coração” (Sl 83,6). Também para esse tipo de descanso servem as paradas e as várias etapas, muitas vezes fixadas em torno de edículas, santuários ou outros lugares particularmente ricos do ponto de vista do significado espiritual, onde se percebe que – antes e ao mesmo tempo – outros peregrinos passaram e que caminhos de santidade percorreram essas mesmas estradas. As estradas que levam a Roma, na verdade, muitas vezes coincidem com a jornada de muitos santos.

Profissão de Fé
Existem várias profissões de fé, que mostram a riqueza da experiência do encontro com Jesus Cristo. Tradicionalmente, porém, aqueles que adquiriram um reconhecimento particular são dois: o credo battesimale da igreja de Roma e o credo niceno-constantinopolitano, originalmente elaborado em 325 pelo Concílio de Nicéia, na atual Turquia, e depois aperfeiçoado no de Constantinopla em 381. “Recitar o Credo com fé significa entrar em comunhão com Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e também com toda a Igreja que nos transmite a fé e no seio do qual acreditamos” (CCC 197).

Liturgia
A liturgia é a oração pública da Igreja: de acordo com o Concílio Vaticano II, é a “a meta para a qual se encaminha” toda a sua ação “e a fonte de onde promana toda a sua força” (Sacrosanctum Concilium, 10). No centro está a celebração eucarística, onde o Corpo e o Sangue de Cristo são recebidos. As expressões litúrgicas que acompanham o Ano Santo enfatizam que a peregrinação do Jubileu não é um ato íntimo e individual, mas um sinal do caminho de todo o Povo de Deus em direção ao Reino.

Indulgência
A indulgência é uma manifestação concreta da misericórdia de Deus, que transcende os limites da justiça humana e as transforma. Este tesouro de graça tornou-se história em Jesus e nos santos: olhando para esses exemplos, e vivendo em comunhão com eles, a esperança de perdão e para a própria jornada de santidade se fortalece e se torna certeza. A indulgência permite libertar o coração do fardo do pecado, para que a reparação devido possa ser dada em total liberdade.
Concretamente, essa experiência de misericórdia passa por algumas ações espirituais que são indicadas pelo Papa. Aqueles que, por doença ou não, não podem se tornar peregrinos, no entanto, são convidados a participar do movimento espiritual que acompanha este ano, oferecendo seu sofrimento e seu cotidiano e participando da celebração eucarística.

Santuários jubilares – Diocese de Lisboa

Para que, não apenas em Roma, mas em todas as Igrejas particulares se viva o Jubileu como um momento extraordinário de graça e renovação espiritual, existirão Santuários Jubilares na nossa Diocese, lugares que vão acolher todos os que desejem ali peregrinar e receber a Indulgência Plenária que o Papa permite que seja concedida a todos quantos cumpram com os critérios para a receber.

Lisboa Cidade
• Sé Patriarcal
• Igreja Paroquial de Nossa Senhora de Fátima (Vigararias de Lisboa)

Termo Ocidental
• Santuário de Nosso Senhora da Conceição da Rocha, Queijas
(Vigararia de Oeiras)
• Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Paz, Rio de Mouro (Vigararia de Sintra)
• Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, Queluz (Vigararia da Amadora)
• Igreja da Misericórdia, Cascais (Vigararia de Cascais)

Termo Oriental
• Igreja dos Pastorinhos, Alverca (Vigararia de Vila Franca de Xira – Azambuja)
• Santuário de Nossa Senhora da Piedade, Merceana (Vigararia de Alenquer)
• Igreja da Divina Misericórdia – Patameiras, Odivelas (Vigararia Loures – Odivelas)
• Santuário de Nossa Senhora da Saúde, Sacavém (Vigararia de Sacavém)

Oeste
• Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal (Vigararia da Lourinhã)
• Santuário de Nossa Senhora do Socorro (Vigararia de Mafra)
• Santuário do Senhor Jesus da Pedra, Óbidos
(Vigararia de Caldas da Rainha – Peniche)
• Igreja de Nossa Senhora da Graça, Torres Vedras (Vigararia de Torres Vedras)
• Santuário de Nossa Senhora da Nazaré (Vigararia de Alcobaça – Nazaré)