1. Foi João Paulo II, em 1985, que instituiu o Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde. O Papa tinha estado hospitalizado na clínica Gemelli durante vários meses depois do atentado de Maio de 1981. Impressionou-o muito a actividade dos médicos, dos enfermeiros, e de outros profissionais no esforço por recuperar os doentes e lhes dar uma vida com mais qualidade. Isto levou-o a escrever uma Carta Apostólica a que deu o nome de Salvifici Doloris – A Dor que Salva. João Paulo II apercebeu-se da importância desta actividade na salvação integral das pessoas em sofrimento. Por isso propôs à Igreja inteira não apenas o cuidado com os doentes, mas uma assistência constante na mais e melhor saúde das populações. Converteu assim a tradicional pastoral dos doentes em Pastoral da Saúde com várias áreas de acção apostólica.
• O cuidado com os doentes nos hospitais – os serviços de assistência espiritual e religiosa devem ser assegurados sempre, uma vez que o doente tem o direito de ser apoiado na linha da fé que professa. Este serviço tem necessariamente dimensão ecuménica e inter-religiosa, porque a parte espiritual do ser humano faz parte essencial da sua vida. Também a espiritualidade é factor de cura.
• A educação para a saúde – se a saúde é a harmonia integral do ser humano, apesar de eventuais limites, ela permite a realização da pessoa, no sonho que cada um constrói. Os cuidados primários de saúde, nas crianças, nos adolescentes, nos jovens casais, nos idosos, são essenciais, para que cada um se sinta bem apesar da idade, da deficiência ou de outras situações que, controladas, podem não impedir a felicidade.
• Os núcleos paroquiais da Pastoral da Saúde – são grupos de cristãos que dentro das comunidades se dedicam quer a cuidar os doentes domiciliados, quer a ensinar às crianças, aos adolescentes, aos jovens a melhor forma de garantir a saúde, ultrapassando os eventuais erros que os mais novos às vezes cometem. A prevenção das doenças em todas as idades, a educação para a mais saúde é trabalho pastoral de extraordinária actualidade.
• As clínicas especializadas – a Pastoral da Saúde acompanha também o trabalho de muitas congregações religiosas que se dedicam a doentes com problemas mais complicados. Tanto é o apoio à saúde mental, o caso dos irmãos de S. João de Deus, como é também a luta contra doenças mais violentas como a droga, o álcool, a sida, a lepra, e tantas outras.
Todo este trabalho se enquadra maravilhosamente na Nova Evangelização, que recomenda novos métodos e novas expressões. Quando a sociedade actual se preocupa tanto com a saúde, a Igreja não podia estar à margem deste esforço da humanidade pela mais qualidade de vida das pessoas.
2. Em Portugal, desde 1985 que a Pastoral da Saúde desenvolve uma acção verdadeiramente inovadora. Em 23 Encontros Nacionais estiveram em debate problemas éticos no mundo da saúde, novos processos de terapia, a descoberta da dimensão terapêutica da espiritualidade, e muitos outros temas. Agora, com as dificuldades nascidas da grande crise da Europa, a reflexão sobre saúde em Portugal era de uma extraordinária importância. Por isso está em curso o 24º Encontro da Pastoral da Saúde, que tem como finalidade transformar os cuidados de saúde em autênticos lugares de esperança para todos. Os objectivos do encontro estão definidos:
• Acompanhar a evolução dos cuidados de saúde em Portugal, para ajudar os mais pobres e mais carenciados.
• Habilitar os núcleos paroquiais da pastoral da saúde para a resposta às solicitações que lhe são feitas, em ordem ao apoio dos doentes e dos idosos que estão em casa.
• Ajudar os doentes quando recorrem aos cuidados de saúde, de tal forma que tenham melhor acesso, mais eficaz isenção de taxas, mais rápido atendimento, e mais humanização no ambiente dos hospitais e clínicas.
• Colaborar com as estruturas da saúde com gestos de solidariedade cristã, como: a dádiva de sangue, a prevenção das ondas climáticas, sobretudo nos mais velhos e nas crianças, a prevenção de epidemias, tudo em colaboração com os serviços nacionais de saúde.
• Proporcionar com qualidade a assistência espiritual e religiosa a todos os doentes, respeitando sempre a sua liberdade de escolha.
Quando em Portugal se vivem grandes dificuldades, também na área da saúde, a Igreja através da Conferência Episcopal está a pedir o maior empenhamento nesta área privilegiada desta Nova Evangelização.
3. A nossa comunidade Paroquial do Campo Grande tem um trabalho intenso na Pastoral da Saúde.
• Conhece as pessoas que estão sozinhas em suas casas, marcadas pela idade ou pela enfermidade. Todas estas precisam de acompanhamento. É urgente vencer a sua solidão. Então, através de um voluntariado organizado, consegue-se aliviar o sofrimento de tantos que sem a Comunidade Paroquial estariam mais sós.
• Presta serviços que não são apenas de natureza social, como a alimentação, a higiene e a arrumação da casa. Para além disto, a Pastoral da Saúde leva espiritualidade às pessoas que estão “presas” ao seu domicílio. São os jovens e as crianças que as visitam, são os ministros extraordinários da comunhão que lhes levam a Eucaristia, são os grupos de oração que vão rezar com eles, todos lhe proporcionam cultura e alegria de viver.
• O corpo de voluntários é expressamente preparado para este trabalho de presença junto dos que estão mais sós. É que não basta ir visitar um enfermo. O visitador tem que detectar o que é que ele precisa. Tem de fazer a ponte com os familiares, tem de proporcionar-lhe tempos de esperança, tem mesmo de saber gerir a palavra e o silêncio e tudo com a alegria serena de quem oferece a paz.
• Celebra com alegria o sacramento da Unção, que envolve em determinadas datas, todos os doentes da Paróquia. Isto acontece no Natal, no dia 11 de Fevereiro (Dia Mundial do Doente) e na altura da Páscoa. O Sacramento da Unção dos Doentes é razão para uma festa na comunidade.
• A relação com as unidades de saúde da zona é também essencial. Os doentes são acompanhados ao Centro de Saúde, ou ao serviço de Urgência do Hospital Santa Maria. A presença do voluntário tem uma força enorme até para dar confiança ao doente, de que será atendido com a maior qualidade.
O Núcleo Paroquial da Pastoral da Saúde da nossa comunidade está a recriar-se constantemente. Cada voluntário está identificado, tem objectivos específicos, prepara-se para cada visita, sente-se disponível para servir a pessoa em sofrimento. Tem uma única razão para este trabalho: o amor aos que se sentem mais sós.
4. Tendo em consideração esta dinâmica da Nova Evangelização, todos os que quiserem servir, porque se sentem mais sós, os que mais precisam, são sempre bem-vindos. Inscrevam-se no núcleo paroquial da Pastoral da Saúde da Paróquia do Campo Grande.