DE ROMA, NO ANO DA FÉ – 18 Novembro de 2012

Caríssimos Amigos,

Roma é uma cidade fascinante para quem, na sua sensibilidade de cristão, quer regressar às origens da Igreja e revisitar os lugares onde os Apóstolos Pedro e Paulo deram a vida por Cristo Jesus. Todos os anos, em Novembro, venho à cidade eterna, participar nas Conferências do Vaticano sobre saúde. Este ano o tema não podia ser mais oportuno: “O Hospital, Lugar de Evangelização, Missão Humana e Espiritual”.
Ao mesmo tempo, decorre aqui um Congresso Europeu de Médicos Católicos, onde se reflecte sobre o testemunho dos profissionais cristãos no mundo da saúde. Estão em Roma alguns milhares de médicos católicos que, com os agentes da pastoral da saúde, vão também ser recebidos pela Papa.
Além disso, acaba de terminar o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização com desafios para a presença dos cristãos neste tempo que, sendo de crise económica e política, é sobretudo de crise de valores e de crise de fé. É indispensável a intervenção dos leigos nestas áreas da sociedade.
Podem imaginar a alegria que sinto em estar nesta Roma onde tantos acontecimentos marcam, nestes dias, a vida da cidade e a vida da Igreja.
Como a greve de 14 de Novembro em Portugal me obrigou a vir mais cedo para Roma, tenho oportunidade de aproveitar um dia como tempo de peregrinação. Entro na Basílica de S. Pedro e, diante da estátua de bronze, faço profissão de fé, rezando o Símbolo dos Apóstolos. Vou a S. João de Latrão e recordo as várias épocas da cidade que acolheu os cristãos com Constantino, se sentiu em risco com a invasão dos bárbaros, e se deixou transformar com os inúmeros mosteiros, conventos, lugares de culto e refúgios de espiritualidade que a inundaram durante séculos. Recordo também o sofrimento dos Papas aquando da unificação da Itália, bem como no tempo da Resistência. Felizmente, a Igreja tem hoje uma presença serena nesta cidade eterna, iluminando o mundo com os seus valores. Evoco os últimos Papas que, de Pio XII a Bento XVI, têm sido luzeiros para um mundo em transformação, com inúmeras crises e sempre alguma esperança.
Em São Paulo Extra Muros releio as Cartas do Apóstolo e delicio-me com a aventura evangelizadora da Igreja do primeiro século que se tornou anunciadora da Boa Nova. Até na Roma pagã o Evangelho foi anunciado.
Não posso deixar de vir até Santa Maria Maior, a Basílica dedicada a Nossa Senhora Mãe de Cristo e Mãe da Igreja.
A minha vinda a Roma inscreve-se especialmente na participação na Conferência Internacional da Pastoral da Saúde. A delegação de Portugal, que foi organizada pela Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, é composta por 31 pessoas do Ministério da Saúde, das administrações de alguns hospitais e das Misericórdias. Queremos transformar os hospitais em lugar de anúncio da Boa Nova do Evangelho, realizando a missão de profissionais cristãos nesses ambientes. Trabalho apaixonante. Estou certo de que serão dias de grande reflexão pastoral. A Paróquia do Campo Grande está representada por Helena Presas, da nossa Pastoral da Saúde.
Um dia livre em Roma é para mim um dia de retiro. Acreditem que o 14 de Novembro ficará gravado na minha vida, pela oportunidade de parar, falar com Deus, recordar a Igreja de sempre e retemperar forças para este ano pastoral que é o Ano da Fé.
Há ‘greves’ que me permitiram um dia diferente na terra.
Regresso na noite de 17, pelo que domingo, 18, já estarei com todos nas nossas celebrações eucarísticas. Aqui, junto ao túmulo de Pedro, peço a Deus por todos.
Muito amigo,
Pe. Vítor Feytor Pinto
Prior

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