À ESPERA DO MENINO – 22 de Dezembro de 2013

1. A quarta figura do Advento é, sem dúvida, o Menino Deus que está para nascer. Isaías anunciou-O, João Baptista disse que Ele estava para vir e Maria guardou-O nove meses no seu seio. Agora é tempo de Ele nascer. A Igreja tem rituais e tradições que preparam, proximamente, a vinda de Jesus.

São as antífonas do Ó, em vésperas, no Livro das Horas. O Ó é simbólico, uma vez que a Virgem do Ó é a Senhora que está para dar à luz.

  São liturgias próprias nalgumas regiões com cânticos que se repetem de geração em geração. Todas elas reveladoras da esperança de um povo que quer ser salvo pelo Menino que vai nascer.

 • São as Missas do Parto, na ilha da Madeira, celebradas alta madrugada e que reúnem todo o povo da aldeia para cantar à “Virgem do Parto, Nossa Senhora da Conceição”.

  São também as imagens de Nossa Senhora à espera de bebé, uma mulher cheia de alegria pela vinda do seu Menino. Estas imagens referem o mistério maravilhoso da humanidade de Jesus. Já o profeta Isaías dissera “eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho que será chamado Emanuel, isto é, Deus connosco” (Isaías 7, 14).

 • São ainda as inúmeras festas de crianças que, com orações próprias, preparam os meninos para aceitar e viver o nascimento de Jesus.

 Vale a pena reunirmo-nos na nossa comunidade paroquial e conhecermos todas as tradições das nossas terras de origem. Encontramos histórias verdadeiramente maravilhosas.

 2. Na proximidade do Dia de Natal deve redobrar de intensidade a nossa preparação. Não se pede que se rezem mais terços, ou que se venha a mais missas, ou que se multipliquem as orações do nosso dia-a-dia. Deve haver originalidade nestes dias que precedem o Natal.

 • Fazer silêncio durante algum tempo em cada dia e pensar na alegria da Senhora ao esperar o seu filho. Quando uma mulher fica à espera de um bebé, corre a contar a todos esta boa nova. Maria quer conversar connosco antes do Menino nascer.

 • Reler os textos dos Evangelhos que nos falam do nascimento de Jesus: o Evangelho da Infância, no 1º e 2º capítulos de Lucas; a narrativa do nascimento, com lindíssimos pormenores curiosos, por S. Mateus. O sofrimento de José e a forma como em sonhos ele compreendeu o que estava a acontecer.

 • Ir a alguns “presépios vivos” deste nosso tempo difícil: casas onde alguns pequeninos têm fome e do Natal apenas esperam algum pequeno presente; serviços hospitalares onde as crianças, no meio da sua doença, já perderam até a capacidade de sorrir; famílias onde os pais perderam o emprego só podem pensar na possibilidade de fazerem felizes os seus filhos. Nestes presépios diferentes vale a pena contar a verdadeira história do Menino Jesus. Há muita gente neste Natal onde, sem a nossa presença, o Menino não pode nascer.

 • Saber que Jesus pode tornar-se presente na dura realidade de um pobre, de um doente, de um isolado, de um sem-abrigo. A presença de cada um de nós junto destes faz renascer a esperança, provoca a alegria e sobretudo revela a vinda de Jesus, hoje, a essas vidas.

Um coração que se abre ao amor, com o nascimento de Jesus, sabe descobrir as melhores formas de levar esse Jesus aos outros. A criatividade no ser solidário, a iniciativa marcada pelo amor, a capacidade de sacrifício no serviço aos outros também podem fazer nascer o Menino Deus.

 3. No Centro Social Paroquial tem-se vindo a preparar a festa do verdadeiro Natal. O Centro tem muitos departamentos e inúmeros projectos. Não era possível ter apenas uma festa. Constituíram-se grupos e cada sector fez a preparação ao seu jeito.

 • Um almoço de Natal com os idosos no Centro de Dia. Não faltou o caldo verde, o bacalhau e o arroz doce. O mais importante, porém, foi vir a imagem do Menino Jesus e todos cantarem loas ao Menino Deus.

 • Uma festa cheia de ternura, organizada pelas educadoras e vivida por todas as crianças da Creche e do Jardim de Infância. Uma história maravilhosa de uma estrela que estava triste, mas que descobriu o sentido da vida ao ser chamada a Belém. Muitas outras estrelinhas se associaram e se alegraram com o nascimento de Jesus.

 • Os meninos e meninas das escolas que a Paróquia acompanha prepararam um sarau cheio de alegria. Não faltaram nem anjos, nem pastores, nem Reis Magos, mas todos reconheceram em Jesus o Deus que veio para salvar a humanidade.

 • Os jovens fraternos organizaram serviços com fortes tempos de reflexão. Partiram do Telhal, de Vale de Lobos, e do Colégio de S. Tomás. Invadiram a cidade com gritos de esperança e, depois, encontraram-se todos na Escola Padre António Vieira onde a Eucaristia foi tempo de acção de graças pelo Natal a celebrar.

 Os pais e os amigos de todos estes pequeninos e jovens emocionaram-se com a preparação do Natal. Então, o nascer do Menino Deus não se confina aos espaços da Paróquia e do Centro Social, chegou a todas as casas invadiu a cidade.

 4. Na vida comunitária da Paróquia tem-se tentado envolver toda a gente na preparação do Natal, através de uma espiritualidade comprometida na conversão de cada um.

 • Foi o retiro em etapas que em três serões levou muitos a aprofundar a sua fé e a comprometer-se mais no anúncio de Jesus Cristo em todos os lugares.

 • Foi a Jornada da Reconciliação com muitas centenas de pessoas a recorrerem ao sacramento do perdão. Sem dúvida que todos pediram a Deus misericórdia e se comprometeram a abrir o coração a todos os irmãos.

 • Foi a primeira conferência da Escola de Leigos em que procurou entender-se como a profissão de fé exige o serviço aos outros. Ir ao encontro dos mais pobres e dos que mais sofrem é revelador de que Jesus já nasceu no coração de alguns, os que sabem servir.

 • Foram as três primeiras Eucaristias do Advento em que o testemunho de Isaías, de João e de Maria se tornaram luz nova para um cristianismo comprometido. Só em compromisso cristão é possível fazer nascer Jesus no mundo contemporâneo.

 • Foi, finalmente, a construção de duas árvores cheias de estrelas onde cada colaborador da vida da comunidade pôs o seu desejo de paz, de harmonia, de serviço, todos indispensáveis para celebrar o Natal.

 Faltam poucos dias para 25 de Dezembro. Cada ano que passa a Paróquia movimenta-se com iniciativas litúrgicas e expressões de caridade. Este ano, porém, guiados pelo Papa Francisco e pelo Patriarca Manuel o compromisso dos cristãos é maior, porque o testemunho deste líderes provoca e exige.

 5. Os sacerdotes da nossa comunidade, os colaboradores mais próximos, todos os funcionários e ainda os voluntários, todos nos desejamos mutuamente Boas Festas. Na família de cada um projecta-se o Natal da Paróquia. No Natal da Paróquia realiza-se a felicidade de cada um. Para todos apraz-nos dizer “Maranata, vem Senhor Jesus”.

Comments are closed.