BOAS FÉRIAS – 11-07-2010

1. Quem parte para férias tem primeiro que arrumar as malas, de tal maneira que nada lhe falte nos dias em que está fora. O curioso é que tem também de arrumar a casa para a deixar suficientemente acolhedora para o regresso. Estes últimos dias são, então, de intenso trabalho.

• É preciso pagar as últimas contas para não haver surpresas, com as multas a aplicar aos atrasados, com o desligar do telefone, da água e da luz, com o acumular de dívidas que complicam a vida em Setembro.

• Será bom ter tudo em ordem, a roupa lavada, o frigorífico vazio, o congelador só com o indispensável, as camas feitas, as roupas de inverno nas gavetas, os aparelhos eléctricos desligados.

• Depois, convém fazer a mala onde não faltem roupas de praia ou campo, objectos de higiene pessoal, um par de sapatos suplementar, uma ou duas camisolas para dias mais frios.

• Têm de escolher-se os livros que ficaram por ler ao longo do ano, acrescentando-lhes os que estão na moda e de que todos falam. A par disso, talvez convenha levar alguns DVDs, e alguns CDs para não falar dos Ipod ou mesmo do computador para espreitar a internet e entreter-se com jogos imaginários.

• É claro que não podiam faltar os instrumentos de desporto, a raquete de ténis, os calções de banho, os sapatos de jogging ou até a bola de volley ou de football.

A acompanhar isto podem meter-se na mala os livros de oração, ao menos o Novo Testamento e a liturgia diária, para criar momentos de diálogo com Deus ou de preparação para a missa dominical.
Na mala, não podem levar-se coisas a mais, mas tem de se meter nela todo o indispensável para umas férias tranquilas. Em casa, tudo tem de ficar impecável, para que, no regresso, se encontre tudo no lugar.

2. Mas em férias é necessário, também, preparar o coração. Vão encontrar-se inúmeras pessoas, quase desconhecidas, com muitas experiências e alguns problemas. Quer com os mais próximos, quer com os nossos amigos, torna-se indispensável um coração disponível. Porquê e para quê?

• Para acolher e compreender toda a gente, sejam crianças ou adultos, jovens ou mais velhos, pobres ou ricos, pessoas conhecidas ou desconhecidas, com problemas ou sem eles, com alegria ou com sofrimento;

• Para acompanhar, sobretudo aqueles que estão vencidos pela solidão ou pela saudade e não sabem que volta dar à vida, para serem felizes e fazerem outros felizes também;

• Para conversar sobre coisas interessantes, o último filme que chegou às salas de cinema, um livro do escritor que está na berra, um programa de televisão que traz novas ideias, um museu que abriu há pouco tempo, um espectáculo original, uma conferência, inúmeras coisas (sem maldizer);

• Para colaborar-servindo, talvez com a organização de programas, passeios, visitas a monumentos, torneios de desporto, ou, simplesmente, ajudando em casa, no cuidado de irmãos, dos filhos ou dos netos, em inúmeras coisas.

Só um coração que é capaz de amar se dispõe, nas férias, a atitudes destas. Se não, cai-se no egoísmo, no jogo de interesses, quando não nos caprichos, nas brigas, nas discórdias ou no mal querer.

3. E porque não um lugar privilegiado a Deus? Com um programa de oração, as férias adquiriam uma cor mais suave, com rasgos de sobrenatural em que a contemplação daria um tom diferente a todos os momentos. Recordo as férias longínquas, oito dias no Mosteiro de Singeverga em 1959, dez dias de silêncio total em Janeiro de 1975 no Mosteiro de Monserrat, em Barcelona, e de encontros de 15 dias, na Maison de Prière em Troussures, ao pé de Paris, com o Abbé Caffarel em 1981 e 1982. Foram férias únicas que não esquecerei mais.
Nós, os padres, também fazemos férias e também as preparamos com cuidado.

• O Padre Arcanjo está na Alemanha e na Áustria, a ajudar sacerdotes em paróquias que não podem parar no Verão.

• O Padre António estará no mês de Setembro com a família, na sua aldeia da Beira, entre Coimbra e o Fundão.

• Eu passarei uma semana em retiro e, depois de visitar uns amigos, ficarei com a família 15 dias na Figueira da Foz.

Desejemo-nos boas férias uns aos outros. Sacerdotes e leigos da nossa comunidade devemos descansar, cada um à sua maneira, para regressarmos cheios de energia, podendo depois avançar nos caminhos da evangelização que o nosso programa pastoral requer em 2010/2011.

4. Antes de partirmos para férias, uma notícia muito boa para nós todos: em Setembro virá trabalhar na paróquia o Padre Joaquim Tyombé, da Arquidiocese de Lubango, em Angola. Vem estudar para a Universidade Católica e ajudar-nos-á na vida da paróquia. Agradecemos ao Senhor Patriarca a oferta deste sacerdote à nossa comunidade.
Para todos, boas férias!

O Prior – Monsenhor Vitor Feytor Pinto

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