“SENHOR, QUE QUERES QUE EU FAÇA?” –...

1. Quando eu era menino, chegando ao seminário com apenas 10 anos, fui surpreendido com dois textos da Sagrada Escritura que me marcaram profundamente. Um foi a narrativa da conversão de S. Paulo, o outro foi o chamamento de Samuel. Ao ouvir pela primeira vez estas narrativas, senti que tudo aquilo era comigo.  • Samuel tinha sido confiado por Ana, sua mãe, ao sumo sacerdote, Eli. Samuel sentia que o chamavam e julgava ser Eli a precisar dele. À terceira vez, o velho sacerdote disse a Samuel: se ouvires novamente a mesma voz responde, “falai Senhor que o vosso servo...

SER PORTADOR DE ESPERANÇA – 10 de ...

1. Com o debate, na Assembleia da República, do Orçamento de Estado (O.E.), cai sobre o país uma estranha onda de angústia. Não são só as perdas de natureza económica que estão em causa, há uma desconfiança colectiva que mina o viver comum. Deixa-se de acreditar em todos quantos têm uma intervenção política, uma vez que não conseguem entender-se, para melhor servir o bem comum. O governo, o parlamento, os partidos, os sindicatos, as associações profissionais não conseguem estruturar uma plataforma que possa criar pontos de partida para a melhor situação dos cidadãos....

RECORDAR É VIVER – 3 de Novembro d...

RECORDAR É VIVER 1. O mês de Novembro é, na roda do ano, o tempo da saudade. A natureza acompanha os homens neste sentir a falta de quantos partiram ao encontro de Deus. É o cair da folha, nas árvores amarelecidas pelo tempo. É o céu pardacento que parece ter perdido toda a beleza da sua cor. São os ventos que se levantam e muitas vezes trazem a chuva consigo. Tempo de Outono é, sem dúvida, sinal de perda. A Igreja acompanha o ritmo da natureza. Nos primeiros dias de Novembro, associa em duas festas, a memória e a prece, a par da saudade que invade o coração de todos. • O...

A FORMAÇÃO CRISTÃ – 27 de Outubro ...

1. Para actuar como cristão na construção do mundo é necessário ter uma formação específica que permita a cada um saber como dar testemunho de Cristo nas mais diversas situações da vida. D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, tendo consciência disto, desafiou recentemente as comunidades cristãs a apostarem fortemente na formação cristã dos leigos. É certo que todos tiveram alguma formação religiosa. Quase todos foram baptizados em pequeninos, depois, entraram na catequese, fizeram a primeira comunhão, não deixaram de afirmar a sua fé na profissão solene, participaram em...

RESPONSABILIDADE MISSIONÁRIA-20 de Outub...

1. Celebramos, este ano, o Dia Mundial das Missões, enquanto estamos a concluir o Ano da Fé, ocasião para reforçar a nossa amizade com o Senhor e o nosso caminho como Igreja que anuncia com coragem o Evangelho. A fé é um dom precioso de Deus que abre a nossa mente para que o possamos conhecer e amar. Ele quer estabelecer uma relação connosco para nos fazer participantes da sua própria vida e tornar a nossa vida com maior sentido, mais bela e melhor. Deus ama-nos. • A fé, no entanto, exige ser acolhida, exige a nossa resposta pessoal, exige a coragem para nos aproximarmos...

O MINISTÉRIO DA CARIDADE – 6 de Ou...

1. As comunidades cristãs distinguem-se de todas as outras comunidades religiosas pela atenção dada aos mais pobres e aos que mais sofrem. É a essa prioridade que se chama acção social e caritativa, e que significa a expressão clara da própria fé. Já S. Tiago, na sua Carta, o afirmava claramente ao dizer que a fé sem obras é morta. Os últimos Papas têm-no referido até à exaustão: João Paulo II diz que os cristãos se devem caracterizar por um amor privilegiado aos mais pobres; Bento XVI refere que a fé sem caridade constitui um espiritualismo desencarnado e vazio;...